Pages

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Diane von Fürstenberg “Desenho para mulheres que adoram ser mulher”

Diane von Fürstenberg, (Bruxelas, 31/12/ 1946) é uma designer de moda, nascida na Bélgica, e radicada nos Estados Unidos, cuja griffe  DvF é sinônimo de  feminilidade,  luxo e glamour.

Sua vida daria um bom roteiro!  Fruto da união de um casal de religião judaica, Leon Halfin,  romeno, e Liliane Nahmias,  grega,  que havia se radicado  na Belgica, após sobreviver e ser libertada do campo de concentração de Auchwitz  exatos dezoito meses antes da estilista nascer.

Diane atribui seu sucesso a influência da mãe que a criou para enfrentar a vida, com doses generosas de confiança e auto estima. Seu lema era “o medo não é uma boa opção”**.Além dessas sábias palavras, a vida da estilista também foi regida  por uma boa estrela...

Estudou em várias cidades europeias e graduou-se em Economia na Universidade de Genebra, na Suíça. Concluida a graduação, foi viver em Paris, onde trabalhou como assistente de Albert Koski, um agente de fotógrafos de moda.  Transferiu-se para a Itália, para estagiar com Angelo Ferretti, numa indústria  têxtil, onde aprendeu, na prática, sobre tecidos, cores e modelagem. Foi lá que desenhou e produziu seus primeiros vestidos em Jersey de seda.

Em 1969 havia se casado com o príncipe  Egon von Fürstenberg, que conhecera na Universidade. O marido era herdeiro do título de nobreza alemã da Casa de Furstenberg e a sogra uma das  herdeiras da Fiat. Bem jovem, tornou-se conhecida nas altas rodas da sociedade internacional, como Sua Alteza Sereníssima Princesa Diana Von Fürstenberg.
Mas era inquieta demais para se acomodar no papel de  “ esposa de Egon”. Queria ter brilho próprio e, no ano seguinte, com um pequeno investimento passou a desenhar roupas femininas.  Com estilo, baseado em suas próprias palavras: “ para sentir-se feminina e atraente, coloque um vestido”


Em 1974, depois do sucesso dos seus modelos, fixou-se em Nova York, onde encontrou a poderosa editora da revista Vogue, Diana Vreeland, que qualificou seus modelos de designs “completamente acachapantes”*. Na sequência foi convidada a desfilar seus modelos na New York Fashion Week. Sua marca se torna-se, então, internacionalmente conhecida.

Como bandeira da coleção, seu “Wrap Dress” ( vestido transpassado, em jersey de seda) e um ícone da marca, modelo  criado  em 1972,  ao qual atribuem a vantagem, além da beleza, de fazer as mulheres parecerem mais magras. 
  Para expandir mais seu negócio lança uma linha de cosméticos, e um perfume, Tatiana, nome de sua filha.

Em 1976, seu sucesso era tal, que foi capa da revista Newsweek, a despeito de Gerald Ford ter sido recém-eleito Presidente dos Estados Unidos, e ser a primeira opção. A matéria a considerava: “a marca mais vendável desde Chanel”.


Segundo declarações de Diane: “peças  de jersey se amoldam ao  corpo,  são sexy, e, se estampadas, fazem as mulheres se sentirem muito lindas. O Wrap Dress se tornou um modelo tão popular, que logo me senti  pressionada pelas lojas e confecções a sempre fazer mais do mesmo. Havia sempre um homem engravatado controlando as coisas, e acabamos saturando o mercado. Por volta de 1983, eu havia vendido ou licenciado tudo. Mudei para Paris, e julguei que  minha fase de Fashion Designer estivesse encerrada.Quando retornei a Nova York alguns anos depois, vi que minha marca havia perdido a identidade,  mas em compensação reparei que as jovens continuavam comprando velhos vestidos, originais desenhados por mim, em Vintage Shops. Decidi reaver a marca que havia vendido e relançá-la. Eu nem sabia como fazer, tinha medo de fracassar, mas o apoio recebido do pessoal da  moda como Rose Marie Bravo, na época presidente da Saks,  de Karl Lagerfeld, e Tom Ford, me fez criar coragem e refazer  meus wrap dress”.

Em 1997 a marca  é  relançada e é objeto de desejo de quem conhece moda. Se expandiu ainda mais, partindo de sua sede, e da loja conceito em Manhattan, abrindo lojas em setenta países ao redor do mundo. Inclusive no Brasil.


Em 2009, Michelle Obama, no auge do prestígio,  posou num   DvF  Wrap Dress estampado  para a  foto do Cartão de Natal Oficial da Casa Branca, e caiu no gosto das celebridades do mundo Pop, como Madonna, Gwineth Paltrow , Jennifer Lopez, etc.

E uma grande mostra retrospectiva chamada "Diane von Fürstenberg: Journey of a Dress" inaugurou o Manezh, um dos maiores espaços de exposições de Moscou. A mostra, com curadoria de  Andre Leon Talley, esteve também em São Paulo, em 2010, seguindo depois para a China.
Atualmente preside uma Fundação que incentiva o empreendedorismo das mulheres, a preocupação com a saúde, as artes e a qualidade de vida. Um exemplo  foi o apoio total ao projeto do High Line em Nova York, com a doação de uma enorme quantia para transformar o trecho deteriorado da cidade em um aprazível jardim suspenso. 

Texto de Maria Inês R. Ricci