Sua mãe, uma
humilde faxineira, faleceu enquanto Coco, apelido carinhos o q seu pai lhe
dera, inspirado num pássaro e os irmãos não eram ainda capazes de tomar conta
de si próprios, e a solução foi colocar as meninas num internato e os meninos ficarem com
o pai, um feirante, ao qual eles ajudavam.
Não demorou
muito para que as condições adversas o tornassem tuberculoso e morreu
jovem.
Corajosa,
determinada, como se espera de uma leonina, executou o plano que há muito vinha
elaborando, com uma prima: fugir dali para tentar algo melhor. E refizeram o roteiro usual
daqueles que tentam sair da miséria: testes para o Music Hall e etc., trabalharam em chapelaria, e despertaram, como
até hoje, o interesse dos homens financeiramente bem postos, para casinhos sem
compromisso.
Chanel passou
a ser o brinquedo novo de um herdeiro de tecelagem e confecção, cuja maior fonte
de lucros era fornecer fardas para o Exercito. Este relacionamento lhe trouxe
algumas vantagens, novos amigos, conforto e o gosto por cavalgadas.
Mas era
inteligente e talentosa, tirando proveito das oportunidades que surgiram em seu
caminho, ou mesmo tivesse bem claro para si mesma, que tomar decisões usando a
própria cabeça, exigia coragem, mas não havia, outra opção.
Quando
percebeu que o joguinho perdera a graça para o menino, o que nem a afetou
tanto, pois ela já havia percebido que os homens seriam sempre crianças, partiu
levando consigo o seu quinhão: contatos e o patrocínio para abrir uma
chapelaria.
Partiu para
novos amores, enquanto seu negócio prosperava, porque ela tinha estilo, passou
a fazer roupas elegantes e confortáveis, porém revolucionando o hábito do
excesso de detalhes e do espartilho, que tolhia os movimentos das que os
usavam. Digamos que lançou roupas muito
elegantes, com estilo, mas mais agradáveis e de qualidade. Poderíamos chamá-la
de precursora da preocupação com a sustentabilidade.
São palavras
dela, ou a ela atribuídas: “Sou
contra a moda que não dure... não consigo imaginar que se jogue uma roupa fora,
só porque é primavera.”
Em 1926,
lançou o pretinho básico. “Inovação! Não
se pode ser inovador para sempre. Eu quero criar clássicos.”
Por influência
de um nobre russo, falido, passou a usar bordados em torno das túnicas sobre e
calças compridas amplas, “boca de sino” e afirmava “o luxo não é o oposto da
pobreza, mas da vulgaridade”
Bem, mas com
todo esse talento, e história de vida,
ela não deveria ser uma pessoa fácil...Durante a segunda guerra, fechou sua
loja, trancou-se no Ritz, onde sempre morou, e teve um romance com um “oficial”
espião alemão, tornou-se suspeita de contra
espionagem. Afastou-se, morando algum tempo na Suíça.
De volta a
Paris, sua primeira coleção no pós guerra, não foi bem recebida....
Não se sentiu
derrotada. Norteou-se por seus próprios pensamentos: “A força se consegue com fracassos e não com os sucessos” e
voltou-se para a América.
Os Estados
Unidos estavam na euforia dos vencedores, com muito dinheiro, e aspirando além
de consumir, adquirir classe...
Ela passou a
exportar seus produtos, que atendiam plenamente as aspirações das mulheres
americanas: luxo e refinamento.
E também
porque, uma das pessoas mais citadas e fotografadas era uma mulher que já usava
Chanel desde o berço: Jackie Kennedy. A futura primeira dama dos Estados
Unidos, suspeita-se, foi escolhida para dar um toque de classe à família do candidato,
cuja fortuna não fora amealhada de modo muito louvável, segundo o código
vigente entre as elites dominantes que, exigentes, repetiam sem saber, o
pensamento da estilista : há pessoas que são ricas, e as que tem muito
dinheiro...
Foi muita sorte ter Jackie,
entre suas clientes, uma pessoa
de genuína elegância, mas o estilo Chanel foi copiado no mundo todo, e permanece, revitalizado após
sua ausência por Karl Lagerfeld, que seguiu a orientação: a moda sai de moda, mas o estilo jamais...
Coco Chanel tornou seu estilo uma forma de
vestir-se com elegância atemporal, e sobretudo compatível com o cotidiano da
mulher do século XXI, cuja agenda é lotada, e precisa apresentar-se bem, com
conforto e bom humor!
Ah! Chanel é sempre tão presente, que quase me esqueço de
mencionar que 1971, ela se foi...
Será? Bem ela é um clássico e surpresa! eu não estou
afirmando, mas sugerindo, que ela adoraria brechós,
típico do europeu, mesmo porque afirmou que adorava curtir seus vestidos antigos...
e, estou inferindo que, quando ainda não
era tão famosa, freqüentou muitos e até se inspirou em alguns...
Bj